Tenho dias em que me vejo ao espelho e percebo que a pessoa que lá está não sou eu. Á minha frente, no espelho, está um individuo com os sentimentos congelados e com uma atitude demasiado fria. Nem pareço eu. Não sei no que me estou a tornar.
Um dia uma amiga telefona me e eu atendo lhe o telemóvel já prevendo qual será o tema da nossa conversa. Na altura não estávamos a passar por um período muito fácil, é verdade. Mas nem quando ela contou os seus problemas eu fui capaz de esboçar a mínima tristeza. É como se nem tivesse ouvido. Nem quando ela começou a chorar eu fui capaz de reagir. Não fiz nada. Apenas fiquei a ouvir, calado, como se não fosse nada comigo. Depois sentei me no sofá a pensar no que tinha acontecido. Depois cheguei a uma conclusão. Eu abandonei a. Quando mais ela precisava foi logo quando desapareci. Quem é que faz uma coisa assim e tem o direito de se nomear amigo de alguém?
Aí comecei a pensar o quão sozinha ela deve ter ficado. Sem ninguém a quem contar os problemas e ninguém com quem desabafar. Eu falhei para com ela uma promessa que lhe tinha feito há muito tempo: a promessa de que nunca me iria embora e a deixava sozinha.
Hoje em dia olho me ao espelho de novo e vejo os erros que cometi e que gostava de voltar atrás para os alterar.
Em relação a esta minha amiga só gostava de a puder ver novo a abraçar e lhe pedir desculpa pessoalmente pelo monstro que fui quando ela precisava mais. Só espero que ela me perdoe por tudo o que fiz.
A essa pessoa...eu peço desculpa
Adoro te
Hugo Rosado
18/11/017
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