sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Terror

   Oiço- os aproximar, vindo de todos os cantos e tudo o que sei é que não me sinto seguro. Sinto um toque no ombro, viro- me, mas não está lá ninguém. Estarei a ficar maluco? Se calhar sim.
   A minha respiração vai ficando mais intensa...os meus batimentos cardíacos mais rápidos.
   Queria que isto acabasse. Que fosse apenas um sonho. Mas este monstro é real. Este monstro que criei. Este inferno dentro da minha cabeça. Não tenho sitio para me esconder. Estou por minha conta, demasiado assustado para pensar pela minha própria cabeça.
   Este monstro é uma fera criada no meu cérebro. Peço á minha cabeça para me acordar deste pesadelo, mas sem sucesso.
   Algo não está certo…algo está demasiado errado. Vou ficando cada vez mais com a visão turva e a pele mais fria. Estou a ter a reação de um miúdo assustado, quando na realidade estou a ficar mais velho.
   Ao fugir tropeço e caio no chão, desesperado, enquanto vejo que ninguém me ajuda. Estou sozinho e junto a um abismo. Ao olhar para baixo fico congelado com o medo. N tenho caminho para poder seguir. Se tivesse asas poderia voar e convencer- me de que a minha hora ainda não tinha chegado. Em vez disso, sinto um empurrão e caio, abismo abaixo. Caio cada vez mais rápido rumo ao chão e quando estou a meros milímetros do embate, abro os olhos, e vejo que estava exatamente onde estava antes.
   A partir daí tudo ficou claro como água. A minha mente já tinha interiorizado o que se passara. O monstro que eu tanto temia não estava na minha cabeça. O monstro que me assombrava estava em mim fisicamente. O monstro que eu temia...era eu mesmo.

Hugo Rosado
(21/09/18)


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