Ansiedade é a palavra que me vem
á cabeça para descrever aquela situação que posso relatar como um dos piores
dias da minha vida.
Tudo se
passou há cerca de um ano. Lembro-me como se fosse ontem. Foi numa sexta-feira.
O Oriental deslocou-se ao campo do Loures para o que seria um dos melhores
jogos a que os aficionados de andebol viriam a assistir.
Nos
balneários, o treinador disse-me que iria ser o novo capitão de equipa. Quem
diria hein!? Essas palavras fizeram a minha autoestima disparar imenso. Depois
voltámos ao pavilhão para começar o jogo. Sentia que nada podia correr mal,
achava eu.
Ao
intervalo estávamos a perder por dois. Já tinha marcado três golos. Não estava
a correr nada mal. Mas a parte mais importante do jogo foram os últimos três
minutos. Foram decisivos. Estávamos todos cansados. Eu estava todo suado, mas
com vontade de continuar. Já tinha marcado nove golos e não queria ficar por
ali mas como se costuma dizer, ”quem tudo quer tudo perde”. Foi nessa altura
que falhei. A minha equipa a perder por um; quando faltava dez segundos para o
jogo acabar, os meus colegas estavam só a passar a bola. Não podia continuar
assim. Tinha de agir…de arriscar. Quando a bola me vem á mão inspiro fundo,
começo a driblar, passo por um, por dois, dou um, dois, três passos, salto,
remato e…falhei. Não queria acreditar quando vi. Foi um aperto no coração.
Nesse preciso momento comecei a chorar. Quando voltei aos balneários todos me
deram os parabéns e aplaudiram o grande jogo que fizera. Agora pergunto: de que
adianta fazer o melhor jogo da nossa vida, se perdemos? De que adianta? Fica
esta pergunta por responder.
Só sei
que, desde aquele dia, fiquei com algum complexo de culpa. Sempre que falho,
essa imagem, esse dia invadem.me a mente. Receio que seja assim para sempre
Hugo Rosado (10/11/014)