Ela tem tanto para dar, mas ninguém a quer ouvir. Sonha em um dia fugir para longe de tudo. Um sitio que seja só dela. Em que ninguém a encontre.
Prejudicada pela forma como a fazem sentir, olha para os pulsos. Depois vira a cabeça para as facas como se estivessem a chamar o nome dela. Mas ela não quer isso. Ela quer sentir algo mais que somente dor. Não é um grito de atenção. Ela apenas quer ser amada.
Ela quer amar, mas as pessoas fazem na odiar tudo sobre o qual ela tinha a certeza. Todos os dias é ela contra o mundo. Agora, ela tem medo que não seja boa o suficiente.
Ninguém sabe o peso que ela carrega ás costas quando ela está sozinha. Nem querem saber. É assombrada pelas memórias do passado e aterrorizada pelos acontecimentos do presente.
Vá aonde for nunca mostra a dor que sente. Mas essa nunca vai embora porque ela sente que nunca será aceite.
Ela sonha com o dia em que ela não irá chorar até cair no sono. Olhará para as cicatrizes que lhe deixaram quando a mandaram constantemente abaixo e sorrirá porque foi mais forte. Até lá ela terá de ser forte e aguentar embora seja difícil.
Tem medo de dormir e ao acordar ainda se lembrar do que as pessoas disseram. Ninguém a percebe. Ela sente se cansada de ser invisível. Apenas quer alguém para cuidar dela. Alguém que a faça ver o quão incrível ela é.
A nossa geração está obcecada demais com o exterior da pessoa para perceber que o que realmente importa, a verdadeira beleza, está dentro de nós. Eles são tão frios, estúpidos demais para ver os efeitos da dor que causam a certas pessoas. Talvez um dia essas pessoas percebam onde se encontra a verdadeira beleza, e aí, nessa altura, esta rapariga estará livre da prisão onde se fechou durante todo este tempo.
Hugo Rosado
(10/09/2018)
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