A
diferença é que o meu medo não é concreto, mas sim psicológico…abstrato. O meu
medo é que…eu perca as pessoas de quem eu gosto e com as quais me preocupo
bastante. Que desapareçam da minha vida, de um dia para o outro. O meu receio
até pode parecer parvo, incompreensível e tudo mais, mas isso é porque ninguém
imagina o que sofri em miúdo
Tive
uma infância difícil porque nunca tive ninguém a quem pudesse chamar
verdadeiramente “amigo”. Era quase tudo pessoas falsas que me usavam para obter
o que queriam. Depois iam- se embora. A isto tudo ainda podemos acrescentar o
facto de ter sido a chacota da turma. Era aquele que levava de todos e que era
fraco e pequeno demais para ripostar.
Anos
mais tarde, quando cheguei ao secundário, comecei a ver que o que se tinha
passado quando, andava na escola preparatória, tinha acabado. Finalmente tinha
amigos a sério que se preocupavam comigo. Até agora sempre mantive essas
amizades e até criei mais, uma das quais, fazendo com que a minha vida ganhasse
mais sentido.
Isto é
tudo muito bom e muito bonito, mas provavelmente este é o ultimo ano em que vou
estar com eles, antes de irmos para diferentes universidades e…e se eu os
perder? Não sei se seria capaz de abandonar, ou ser abandonado pelas pessoas
que fizeram questão de estar a meu lado, para bem e para o mal. Pessoas que me
fizeram rir e chorar de felicidade e me deram os seus ombros para verter as
minhas lágrimas e me reconfortar. Nestes últimos anos apenas uma pessoa deixou
de falar comigo, por uma razão que não percebo bem qual foi. Não quero que volte
a acontecer novamente.
O que
posso reter deste desabafo é que, por muito forte que sejamos, quando pensamos
no fim de uma relação, seja ela amorosa ou de amizade, acabamos por mostrar o
nosso lado mais débil, o nosso lado mais…humano.
Hugo Rosado (19/1/015)
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