sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O fracasso de um campeão


                 Ansiedade é a palavra que me vem á cabeça para descrever aquela situação que posso relatar como um dos piores dias da minha vida.

                Tudo se passou há cerca de um ano. Lembro-me como se fosse ontem. Foi numa sexta-feira. O Oriental deslocou-se ao campo do Loures para o que seria um dos melhores jogos a que os aficionados de andebol viriam a assistir.

                Nos balneários, o treinador disse-me que iria ser o novo capitão de equipa. Quem diria hein!? Essas palavras fizeram a minha autoestima disparar imenso. Depois voltámos ao pavilhão para começar o jogo. Sentia que nada podia correr mal, achava eu.

                Ao intervalo estávamos a perder por dois. Já tinha marcado três golos. Não estava a correr nada mal. Mas a parte mais importante do jogo foram os últimos três minutos. Foram decisivos. Estávamos todos cansados. Eu estava todo suado, mas com vontade de continuar. Já tinha marcado nove golos e não queria ficar por ali mas como se costuma dizer, ”quem tudo quer tudo perde”. Foi nessa altura que falhei. A minha equipa a perder por um; quando faltava dez segundos para o jogo acabar, os meus colegas estavam só a passar a bola. Não podia continuar assim. Tinha de agir…de arriscar. Quando a bola me vem á mão inspiro fundo, começo a driblar, passo por um, por dois, dou um, dois, três passos, salto, remato e…falhei. Não queria acreditar quando vi. Foi um aperto no coração. Nesse preciso momento comecei a chorar. Quando voltei aos balneários todos me deram os parabéns e aplaudiram o grande jogo que fizera. Agora pergunto: de que adianta fazer o melhor jogo da nossa vida, se perdemos? De que adianta? Fica esta pergunta por responder.

                Só sei que, desde aquele dia, fiquei com algum complexo de culpa. Sempre que falho, essa imagem, esse dia invadem.me a mente. Receio que seja assim para sempre

 
 
 

 

Hugo Rosado (10/11/014)

Sentimentos complicados

             Raiva, ódio, frustração, alegria, são alguns dos sentimentos que temos presentes no nosso dia-a-dia. Existem outros que também marcam a nossa vida, mas que são mais complicados como o amor e a amizade.

São mais complicados, no sentido em que são mais difíceis de explicar e também de exprimir. Esses dois sentimentos podem-nos levar á mesma definição, visto que uma amizade de vários anos pode levar ao namoro, e que uma má relação amorosa pode colocar o casal num patamar de amizade.

A amizade é aquele sentimento em que estamos dispostos a ir até ao fim do mundo só para ajudar aquela tal pessoa que também faria tudo por nós. O significado da verdadeira amizade. Um exemplo disso é ajudar um amigo que está com problemas, quando na realidade nós também temos os nossos para tratar.

O amor é um sentimento que nos faz querer estar com a pessoa de quem gostamos, abraçá-la com força, nunca mais a largar, beijá-la e sussurrar-lhe ao ouvido “eu amo-te. És a pessoa mais especial do mundo para mim”. Mas nem sempre corre bem. Umas vezes ela só nos usa para atingir um fim, outras é só pelo puro prazer de gozar com a nossa cara. Também pode acontecer na em casos de amizade. Aí basta as pessoas virarem as costas e irem-se embora. Como uma amiga minha disse “certas situações não são fáceis, mas temos de aprender com os nossos erros, e a partir daí viver com eles. Mas, acima de tudo, temos de as superar. Levar uma “tampa” não é fácil, mas o mais difícil mesmo é arranjar forças para erguer a cabeça e levantarmo-nos “

Afinal de contas, a amizade e o amor não são tão diferentes assim, em termos de relação. A diferença é que enquanto o amor é um passo para a frente, a amizade é um passo para trás.  Por isso digo: enquanto nos aguentarmos em pé nada nos deitará abaixo, aconteça o que acontecer. Esta foi a promessa que fiz a uma pessoa, com quem me preocupo muito, e por quem estou disposto a percorrer meio mundo para a cumprir. Venha quem vier. Se ela chorar, eu chorarei com ela, quer tenha fracassado, quer não.
 
 
 
 
Hugo Rosado (17/11/014)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Medos

         Todos os seres humanos têm medo de alguma coisa. Não há volta a dar. Todos nós temos algo que nos assusta e apavora. Umas pessoas têm medo de aranhas, outras de abelhas. Coisas vulgares. Comigo não é exceção.

                A diferença é que o meu medo não é concreto, mas sim psicológico…abstrato. O meu medo é que…eu perca as pessoas de quem eu gosto e com as quais me preocupo bastante. Que desapareçam da minha vida, de um dia para o outro. O meu receio até pode parecer parvo, incompreensível e tudo mais, mas isso é porque ninguém imagina o que sofri em miúdo

                Tive uma infância difícil porque nunca tive ninguém a quem pudesse chamar verdadeiramente “amigo”. Era quase tudo pessoas falsas que me usavam para obter o que queriam. Depois iam- se embora. A isto tudo ainda podemos acrescentar o facto de ter sido a chacota da turma. Era aquele que levava de todos e que era fraco e pequeno demais para ripostar.

                Anos mais tarde, quando cheguei ao secundário, comecei a ver que o que se tinha passado quando, andava na escola preparatória, tinha acabado. Finalmente tinha amigos a sério que se preocupavam comigo. Até agora sempre mantive essas amizades e até criei mais, uma das quais, fazendo com que a minha vida ganhasse mais sentido.

                Isto é tudo muito bom e muito bonito, mas provavelmente este é o ultimo ano em que vou estar com eles, antes de irmos para diferentes universidades e…e se eu os perder? Não sei se seria capaz de abandonar, ou ser abandonado pelas pessoas que fizeram questão de estar a meu lado, para bem e para o mal. Pessoas que me fizeram rir e chorar de felicidade e me deram os seus ombros para verter as minhas lágrimas e me reconfortar. Nestes últimos anos apenas uma pessoa deixou de falar comigo, por uma razão que não percebo bem qual foi. Não quero que volte a acontecer novamente.

                O que posso reter deste desabafo é que, por muito forte que sejamos, quando pensamos no fim de uma relação, seja ela amorosa ou de amizade, acabamos por mostrar o nosso lado mais débil, o nosso lado mais…humano.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hugo Rosado (19/1/015)
 
 

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Sonhos


                Todas as pessoas têm sonhos. Até as menos sonhadoras os têm. Querer ser o melhor num desporto, na vida, ter uma boa casa e tudo mais. É uma coisa perfeitamente normal. Apenas não devemos ter medo de ir ao encontro delas.

                Temos de ir em busca dos nossos sonhos, dos nossos objetivos. Não podemos sempre ganhar, mas não devemos ter medo de arriscar.

                Um exemplo bem conhecido é o do futebol. Antes de haver o “grande” Cristiano Ronaldo, e o “grande” Lionel Messi, apenas havia o Ronaldo e o Messi. Porquê? Porque ainda não eram conhecidos. Mas tinham a ambição de o ser. É por essa razão que eles hoje em dia são os melhores do mundo. Nunca desistiram e trabalharam no duro para chegar onde chegaram.

                Haverá pessoas que não alcançarão os seus sonhos, é verdade, mas podem dizer “eu tentei”, e começar a lutar por outro sonho que tenham. Está tudo na força de vontade que uma pessoa tem de falhar e tentar e falhar e tentar outra vez. É isso que a vida me ensinou: nunca se alcançará nada sem trabalho.

                O que temos de fazer é levantar a cabeça, não chorar mais e dizer “vamos para outra”, visto que não importa o que façamos não alteraremos o que fizemos.





















 
Hugo Rosado (5/1/015)